Universidade de Coimbra

Mais do que património construído, a Universidade de Coimbra é também um local de património imaterial feito de regras e tradições. Aos estudantes, a alma da instituição, um grande eferreá!
A Sala Amarela, contígua à dos Archeiros, deve o nome à cor da faculdade de medicina e também ela mostra quadros de antigos reitores da universidade.
A Sala das Armas guarda as armas do Guarda Real Académica, ainda hoje utilizadas pelos archeiros (ou albardeiros) nas cerimónias académicas solenes.
Na Sala do Exame Privado (nome de um exame que precedia o doutoramento no século XIX) destacam-se os quadros com imagens de antigos reitores, o teto trabalhado e os azulejos de albarrada.
A Via Latina, galeria construída durante a época pombalina, também oferece um belo cenário, com o Pátios das Escolas em primeiro plano e o Mondego e a ponte Rainha Santa Isabel como pano de fundo.
Junto ao corredor norte do antigo paço há uma varanda estreita mas com vistas largas para parte da cidade e para o Mondego. Melhor cenário só mesmo do alto da Torre da Universidade.
A Sala dos Capelos (ou Sala Grande dos Atos) é um dos espaços mais nobres da universidade e palco das mais importantes cerimónias da instituição.
Na Capela de São Miguel sobressai um órgão em talha dourada que só entrou no edifício depois de várias tentativas. Aqui celebram-se casamentos mas apenas para estudantes e funcionários da universidade.
Na Faculdade de Direito, a única a funcionar no interior do Paço das Escolas, as salas mantêm o ar austero de sempre.
A prisão académica foi instalada em 1593 e resultou do foro próprio que a universidade dispunha. Em 1773 passou para o piso inferior da biblioteca onde antes já tinha funcionado um cárcere medieval.
Mandada construir por D. João V no início do século XVIII a Biblioteca Joanina tem cerca de 60 mil livros, distribuídos por 72 estantes de madeira dourada decoradas com imagens orientais (chinoiserie).
Depois da riqueza e opulência das salas principais da biblioteca, o piso intermédio revela um espaço simples e sem decoração que no passado serviu para guardar livros de acesso restrito.
Construída no século XVII, a Porta Férrea é a principal entrada da Universidade de Coimbra. Ainda hoje é guardada pelos archeiros (ou alabardeiros), que além da vigilância do edifício encarregam-se também do toque do sino e do apoio aos turistas.
O Paço das Escolas, situado no antigo palácio real, é o coração da universidade e local de encontro entre estudantes e turistas. Todos os dias o negro das capas e batinas sobressai junto ao branco dos edifícios seculares.

Património de capa e batina

Nelson Jerónimo Rodrigues 2014-06-18

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