Rota dos Fósseis do Geopark Naturtejo – Penha Garcia/ Idanha-a-Nova

Nos trilhos das “cobras pintadas”

Dos penhascos de Penha Garcia até ao rio Pônsul há uma caminhada de apenas três quilómetros que nos faz recuar 500 milhões de anos, até aos primórdios da vida. Mais do que um passeio a pé, este percurso é uma autêntica viagem no tempo, por um dos principais tesouros do Geopark Naturtejo.

Diz-nos a memória dos mais velhos que, por aquelas bandas sempre se chamou “cobras pintadas” ou “pedras escrevidas” aos relevos gravados nas rochas de Penha Garcia. Mas, o que durante séculos era apenas um “monte de arabescos” tratava-se afinal de um importantíssimo achado geológico.

A Rota dos Fósseis, percurso pedestre criado em 2003 pela autarquia de Idanha-a-Nova, mostra por que razão o Parque Icnológico de Penha Garcia tornou-se local de culto para paleontólogos e cientistas de todo o mundo.

É também uma das principais jóias da coroa do Geopark Naturtejo, o primeiro geoparque português inserido na rede da UNESCO, que se estende por seis concelhos da Raia à Beira Interior: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

De facto, em poucos sítios do planeta se podem encontrar vestígios tão bem preservados da Era Primária (ou Paleozóica), datada de há quase 500 milhões de anos.

São dessa época (bem anterior ao surgimento dos dinossáurios) as tais marcas encontradas nos rochedos de Penha Garcia, hoje identificadas como rastos de um primitivo ser vivo que habitava os oceanos: os trilobites.

Mas estas terras não estão a léguas de distância da costa? Agora sim, mas naqueles tempos remotos eram os mares (poucos profundos) que dominavam a paisagem. E como praticamente não havia vida na terra, estes organismos invertebrados acabavam por ser autênticos reis e senhores.

Nelson Jerónimo Rodrigues 2011-05-18

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