Restaurante Adega da Lua – Cuba

Ponto de encontro

No ar sente-se o cheiro da comida caseira. Ouve-se o sotaque cerrado, melodioso, quase cantado. Soltam-se gargalhadas e partilham-se histórias de mais uma manhã. É hora de almoço. E hoje é quase como se almoçássemos em casa.

Há medida que os minutos vão passando, o restaurante enche-se e as mesas compõem-se. São clientes de todas as idades, colegas de trabalho, amigos de longa data. Os cumprimentos calorosos e constantes, aos donos da casa e de mesa para mesa, não deixam dúvidas – a Adega da Lua é um dos pontos de encontros da terra.

Reza a história...

Há 10 anos que o espaço está nas mãos dos irmãos Luís e Jorge Machado. Também chegou a funcionar como adega, antes disso, mas quando foi adquirida estava em completo estado de destruição. Só existia a parte da frente, a que hoje funciona como o restaurante. O resto foi sendo acrescentado dando origem ao bar, à zona de dança e à esplanada ao ar livre.

A sala principal não é particularmente grande mas é suficiente para receber cerca de 35 pessoas de forma acolhedora. Aliás, este será o adjectivo que mais bem caracteriza a Adega da Lua. Não é só na comida que isto se reflecte, é também na decoração. As mesas são de madeira e, veja-se a curiosidade, todos os tampos foram todos feitos com o tronco da mesma árvore. Mas temos outra: o balcão do bar tem 150 anos de idade. Foi reaproveitado da adega original.

A loiça é guardada em armários, também eles de madeira, com as portas forradas a tecido cor de vinho. E em vez de vidro, estão protegidas por arame, daquele que faz lembrar o que é usado nas capoeiras. O fundo da sala é dominado por uma enorme chaminé cujas cinzas do borralho aquecem quem vem da rua.

Os dias começam a ser frios a valer e não se esqueça que estamos no Alentejo. A conjugação dos dois factores faz ansiar por uma refeição à beira da lareira.

Ana Filipa Picoto 2011-01-31

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