Distrito da Guarda - Passeio na Raia Histórica

Entre o Douro e a Serra Estrela há um território feito de castelos, lendas e tradições. Composta por um punhado de concelhos – Trancoso, Mêda, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida -, a Raia Histórica foi outrora palco de guerras e disputas, mas é hoje uma zona de paz e tranquilidade, à imagem do rio Côa que a serpenteia. Venha daí descobrir a fronteira da história.  

O nosso passeio começa por Trancoso, cidade que integra a rede das Aldeias Históricas de Portugal graças a um centro medieval bem cuidado que mantém a traça de outros tempos. O acesso ao interior das muralhas fez-se por quatro portas seculares e dali chega-se facilmente ao coração da urbe, a Praça D. Dinis. É lá que fica o pelourinho e a Igreja de São Pedro, onde está sepultado o famoso sapateiro Bandarra, poeta que entre várias profecias fez nascer o mito do sebastianismo. Outra personagem histórica da terra é o padre Costa, “povoador” ilustre destas paragens que teve 299 filhos de 55 mulheres. Entremuros também vale a pena conhecer o novo Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso, reflexo de um património que deixou marcas nas tradições e arquitetura de Trancoso. Incontornável é ainda uma visita ao castelo, situado a quase 900 metros de altitude, cuja torre de menagem oferece algumas das melhores vistas da região.

Mêda: os castelos da nossa memória
Seguimos depois para Mêda, concelho que se gaba de ter três castelos medievais - Longroiva, Ranhados e Marialva -, que compõem uma linha defensiva cheia de história onde se destaca claramente este último, situado num esporão granítico a 613 metros de altitude.
Outrora habitada por milhares de pessoas, Marialva conta hoje com menos de duzentos residentes e um interior de muralhas em ruínas, vítima dos sopros da história. Da Casa dos Magistrados à antiga Câmara Municipal pouco resta, num misto de desolação e fascínio que impressiona. Quase à sombra das muralhas fica um dos melhores alojamentos desta região beirã: as Casas do Coro. Eis, então, o local perfeito para pernoitar.

Pinhel: baluarte defensivo
Depois de uma noite bem dormida, faça-se à estrada sem mais demoras até ao concelho vizinho de Pinhel, mas não se esqueça de conduzir em segurança. A vila beirã tem no castelo o seu principal motivo de orgulho. Da fortaleza primitiva restam apenas a cisterna, um pano de muralha e as duas imponentes torres da cidadela. Uma delas, transformada em espaço de exposições, é possível subir até lá acima e admirar a paisagem envolvente, que vai da serra da Estrela a Espanha. Aos pés do castelo estende-se o casario da vila, polvilhado de igrejas e solares, com destaque para as casas Metello de Napoles, Simões Ferreira e Campos Henriques. Por fim não deixe de conhecer o antigo paço episcopal, construído no século XVIII, e o museu de arte sacra instalado no antigo Tribunal da Correição.

Figueira de Castelo Rodrigo: ruínas que ganharam vida
Já no concelho de Castelo Rodrigo, não deixe de visitar a aldeia histórica de Figueira de Castelo Rodrigo. A povoação conserva ainda o plano medieval da praça amuralhada e o que resta do Palácio Cristóvão de Moura (representante de Castela) incendiado pelos seguidores da coroa portuguesa após a Restauração da Independência (1640). A dois passos dali fica a torre do relógio e a igreja matriz, fundada por uma confraria de frades hospitaleiros. Normalmente a visita à aldeia mão é demorada por isso, se ainda lhe restar tempo livre, não deixe de subir até ao alto da serra da Marofa (onde está uma estátua do Cristo-Rei) ou de conhecer Barca d´Alva, localidade à beira Douro situada no extremo norte do concelho.

Almeida: a estrela da Beira
Este passeio de fim de semana termina em Aldeia. Vista de cima, a povoação é uma estrela perfeita de 12 pontas no alto de um planalto, qual fortaleza (quase) inexpugnável. Lá dentro, com os pés bens assentes no chão, as suas gentes afáveis dão alma às ruas e às praças, mas o caracter bélico na terra está omnipresente. Assim acontece, por exemplo, no Museu Histórico – Militar ou no Centro de Estudos de Arquitetura Militar, dois locais que ajudam a explicar a rendição desta praça aquando da terceira invasão francesa, em 1810. Tudo por causa de uma bala perdida que fez destruir o paiol instalado no antigo castelo medieval. 


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Raia Histórica
http://raiahistorica.org
 

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