De portas abertas para um novo olhar sobre o Porto
Nascido em Nova Iorque, o projeto Open House vem oferecer uma nova perspetiva sobre as cidades proporcionando ao público em geral um outro olhar sobre edifícios e infraestruturas de valor arquitetónico reconhecido (ou desconhecido) mas, habitualmente, de acesso restrito. Pela primeira vez no Porto, são ao todo 42 espaços com entrada gratuita, nos dias 4 e 5 de julho.
Muitos passam despercebidos, outros surpreendem pela imponência arquitetónica que representam mas, todos eles, pela sua função específica ou localização privilegiada, merecem uma visita. Depois de se estrear na capital em 2012, o Open House rumou este ano ao norte e promete surpreender numa organização conjunta entre a Trienal de Arquitetura (Lisboa) e a Casa da Arquitetura (Matosinhos).
Roteiro de Pritzkers
Abarcando Porto, Matosinhos e Gaia, a lista de locais abrange casas privadas, teatros, espaços industriais, mosteiros e muito mais, numa seleção que teve por base não só os edifícios históricos, recuperações, remodelações e edifícios de raiz, mas também locais como a refinaria de Matosinhos pela importância que tem para a região.
Galardoados com um prémio Pritzker, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura alcançaram uma projeção internacional que merece também um reconhecimento nacional. A Piscina das Marés, o Bairro da Bouça e a Casa de Chá da Boa Nova, projetados por Siza Vieira e a estação de metro 24 de Agosto ou a Torre do Burgo, de Souto Moura são por isso alguns dos projetos de arquitetura contemporânea que estarão de portas abertas este fim-de-semana. Mas não só.
Para além dos locais já nomeados visite também, em Matosinhos, o Farol de Leça, o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões ou a Casa da Arquitetura. Já no Porto, destaque para o edifício dos Maristas, o claustro do Mosteiro São Bento da Vitória ou a Casa do Conto. Mas rumando a Gaia, o Palacete Marques Gomes, o Mosteiro e Quartel da Serra do Pilar e o Espaço Porto Cruz também figuram no roteiro.
Como funcionam as visitas?
Todos os espaços têm diferentes horários, pelo que o convidamos a consultar o site para escolher o que mais lhe convém. Depois disso, basta decidir o tipo de visita que preferir.
Existem três: a visita livre (sem acompanhamento, dentro do horário estipulado), a regular (comentada pela equipa de voluntários do Open House) e a comentada pelo autor do projeto ou por um especialista convidado.
As visitas comentadas são um dos fatores que distinguem este projeto, permitindo ao visitante conhecer ao pormenor alguns espaços. A história da Casa de Chá, por exemplo, será contada pelo arquiteto António Choupina, domingo, às 15 horas. Os técnicos da Refinaria de Matosinhos estarão também à sua espera sábado e domingo, a partir das 11 horas. Já no Palacete Marques Gomes, a visita comentada decorre sábado, às 15 horas, pela voz do professor Domingues Tavares. Mas há muitos outros neste registo. Visite o site da organização e comprove.
Em cada espaço, é entregue um guia e mapa do Open House para que possa criar o seu próprio itinerário e explorar a arquitetura do Porto, Matosinhos e Gaia ao seu gosto e ritmo. Por isso, aproveite e visite-a.
http://2015.openhouseporto.com
Ana Marta Monte
