O Verão na Ericeira

Vila piscatória desde sempre, a Ericeira transformou-se aos poucos numa concorrida estância de veraneio. Hoje, a faina e o turismo partilham juntos o vício do mar…
’A Ericeira não tem não tem banhistas, tem devotos’, disse um dia José Hermano Saraiva ao lembrar o tempo incerto e o mar teimoso que a caracterizam. No Verão, há romaria todos os dias...
Para chegar até à praia é preciso descer pelas arribas que serpenteiam a vila. Lá em baixo espera-nos o areal dourado, mas também um mar que gosta de impor respeito.
O mar batido da região não dá tréguas aos banhistas, mas faz as delícias dos amantes do surf. A dois passos da Ericeira fica Ribeira d´ Ilhas, um dos melhores spots do país para este desporto.
O coração da vila é a Praça da República, que todos conhecem por Largo do Jogo da Bola. O nome vem dos tempos em que o local servia de campo de futebol, mas hoje as jogatanas são proibidas.
Se o Jogo da Bola é o local obrigatório para sentar e pôr a conversa em dia, é na Rua Eduardo Burnay que se anda para a frente e para trás, a fazer compras ou simplesmente a passear.
A Casa da Cultura é um dos edifícios emblemáticos da vila. Em tempos foi casino, clube recreativo e cine-teatro, mas agora alberga a biblioteca municipal, um auditório e uma galeria de exposições.
Os cafés, os restaurantes, as lojas de recordações e, mais recentemente, as imobiliárias passaram a dominar as ruas do centro da vila, mas algum comercio tradicional ainda resiste...
Um brinquinho por fora, mas a precisar de restauros no interior, a Capela de Santa Marta serviu em tempos de sede à confraria das raparigas solteiras.
Já a confraria dos rapazes solteiros ficava sedeada na Ermida de São Sebastião. O templo remonta aos séculos XV/ XVI, mas ainda hoje mantém um ar imaculado e sereno.
Junto à Ermida de São Sebastião realiza-se uma vez por ano (no final de Julho) a curiosa Feira do Alho.
A Feira do Alho traz vendedores de toda a região oeste. Para muitos é um ritual que se repete há várias décadas.
Os bancos que salpicam a zona das furnas convidam-nos a contemplar o mar. As gaivotas são uma companhia sempre presente.

A devoção ao mar

Nelson Jerónimo Rodrigues 2010-07-28

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