O regresso do eléctrico à Baixa portuense

De volta ao coração da cidade

A Linha 22 une dois importantes pólos comerciais da cidade do Porto: a zona de Cedofeita e a de Santa Catarina. Uma viagem com cheirinho a passado no regresso dos eléctricos ao coração da Baixa.

O percurso é breve mas dá uma perspectiva diferente mesmo para quem já trilhou aquele caminho vezes sem conta a pé. No Carmo, junto ao quartel perto do Hospital de Santo António e ao Jardim da Cordoaria, começa o trajecto da Linha 22, o terceiro percurso de eléctrico a funcionar desde Setembro último, no Porto. Os outros dois são a Linha 1, do Passeio Alegre ao Infante, com paragem em frente à monumental Igreja de S. Francisco, junto ao Palácio da Bolsa, e a Linha 18, que vai de Massarelos, perto do Museu do Carro Eléctrico, ao Carmo. Foi precisamente para prolongar este trajecto que surgiu o 22, três décadas após o seu desaparecimento da paisagem do coração da cidade.

O “americano”, como em tempos se chamou ao antecessor do eléctrico e que era puxado por animais, chegou ao Porto há 135 anos. Agora, passados 112 da entrada em circulação do primeiro eléctrico e da ameaça de desaparecimento de uma das memórias mais afectivas dos tripeiros durante a década de 90, o 22 assinala o muito desejado regresso ao cenário urbano.

O custo do bilhete é de 0,85 € e a linha arranca na Praça Gomes Teixeira, mais conhecida por Praça dos Leões, desce a Rua dos Clérigos e atravessa a Praça da Liberdade, junto aos Aliados. Pelo caminho espreitam-se alguns locais emblemáticos da cidade, como a Torre dos Clérigos, a Livraria Lello, a Estação de S. Bento ou as igrejas dos Congregados e de Santo Ildefonso, enquanto se aprecia o emaranhado de transeuntes que se cruzam, subindo ou descendo duas das mais movimentadas artérias da Invicta.

Dinamização do comércio tradicional

Para além dos turistas que não perdem a oportunidade de viajar num veículo ecológico e com “alma”, como resumiu uma brasileira emocionada pela experiência registada a preceito com a máquina fotográfica, também os portuenses o usam para evitar as íngremes subidas e descidas que são as ruas 31 de Janeiro e dos Clérigos.

Andreia Fernandes Silva 2008-01-16

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