Lisboa na Rua

Respirar cultura em cada recanto

Imergir no jazz das big bands ou assistir à atuação de bandas francesas em Lisboa, num coreto, como se de qualquer recanto de Paris se tratasse. Levar o fado ao Largo de São Carlos, ou trazer James Bond para casar em Lisboa. De 20 de agosto a 20 de setembro, estas e outras promessas vão ganhar vida com mais uma edição do Lisboa na Rua.

O Lisboa na Rua volta à capital para encher os jardins, parques e espaços emblemáticos com espetáculos, performances de música, exposições e sessões de cinema para todos os gostos. Lisboa é a coqueluche do evento que pretende celebrar o verão e, ao mesmo tempo, dar a apreciar o encanto e a luz da cidade. Com entrada gratuita, arranca na quinta-feira com uma agenda bastante recheada e repartida por 12 temas. Preparámos-lhe, por isso, um pequeno roteiro para que não perca o essencial.

O jazz à conquista de novos públicos

O festival começa, desde logo, com um ciclo que dispensa apresentações para os ‘habitués’ do festival. Todas as quintas-feiras, pelas 19 horas, “A Arte da Big Band” estreia-se com uma novidade que é o concerto de abertura no Lisboa na Rua, a açoreana Orquestra AngraJazz, no Jardim do Arco do Cego. Na semana seguinte dá-se o regresso da Big Band do Município da Nazaré (dia 27, no Parque da Quinta das Conchas) e, no dia 3 de setembro, há outra estreia. A Thoneline Orchestra, de Colónia (Alemanha) apresenta o seu novo álbum Black&White Swan no largo da estação do Rossio. De volta está o grupo L.U.M.E. – Lisbon Underground Music Ensemble, dia 10, no largo de São Carlos, assim como a Orquestra de Jazz do Hot Club de Portugal, na Ribeira das Naus, a 17 de setembro.

As sextas são no MNAC

Os fins de semana durante o Lisboa na Rua já não podem passar sem uma ida ao Museu do Chiado, às sextas, a partir das 19h30. Nas Noites de Verão no Jardim das Esculturas assista, dia 21, a Julinho da Concertina com as suas influências cabo-verdianas ou, na semana seguinte (28), David Maranha & Helena Espvall numa agradável mistura de sonoridades portuguesas e suecas. No dia 4 de setembro o grego Bill Kouligas encerra este ciclo com um concerto de música eletrónica manipulada ao vivo.

Lisboa, protagonista de histórias

Desde a criação do cinema, Lisboa sempre foi um dos cenários escolhidos para contar histórias de amor, espionagem, fantasia… em todo o mundo! O Fitas na Rua convida-o a conhecer as diferentes perspetivas da capital sob a lente de diversos autores, aos sábados e domingos, a partir das 22 horas. Destacamos, por exemplo, dia 22, no Terreiro das Missas (ao lado da estação fluvial de Belém), o filme Heróis do Mar. A película de Fernando Garcia Portugal data de 1949 e o seu som está perdido. Mas haverá sonoplastia ao vivo, baseada em informações recolhidas do guião original. No Largo da Torre (ao lado do Palácio Nacional da Ajuda), dia 30, veja Adeus Luz de Verão, do japonês Yoshishige Yoshida que lhe propõe uma viagem deslumbrante por Lisboa. Ou assista, a 5 de setembro, no miradouro do Recolhimento, perto do Castelo de São Jorge, a Lisboa: As Grandes Cidades do Mundo, de Augusto Cabrita e Fernando Lopes Portugal, um documentário que retrata a capital depois da Revolução de Abril. E já agora, sabia que foi cá que James Bond se casou a primeira e única vez? Comprove-o com 007, Ao Serviço de Sua Majestade dia 19 de setembro, no Rossio. 

Kiosquorama diretamente de Paris

Este festival itinerante de artes tem a sua génese nos jardins de coretos em Paris. Depois do sucesso que teve no Lisboa na Rua do ano passado, Kiosquorama volta nesta edição a 22 e 23 de agosto, na Praça José Fontana. Assista ao concerto de KIZ KIZ, dia 22, pelas 20 horas e de Gerald Kurdian, a 23, às 19 horas. Para abrir ambos os espetáculos, o duo de guitarristas Villa Hobo sobe ao palco.

Clássicos na Rua

Cinco sábados, cinco concertos (a partir das 19 horas) que o levam a uma autêntica viagem pelas ruas de Lisboa ao som de ritmos urbanos. Alis Ubbo Ensemble dão-lhe música a 22, no Jardim de São Bento e na semana seguinte, 29, no Parque da Quinta das Conchas. Já o Quinteto de Metais atua em Campolide, no Jardim da Amnistia Internacional no dia 5 de setembro. Não perca também os grupos Ensemble de Metais e Bateria no Jardim do Passeio dos Heróis do Mar (12 de setembro) e Ensemble de Saxofones da Metropolitana, a 19, na recém recuperada Ribeira das Naus.

São Vicente reinterpretado

De 5 de setembro a 25 de outubro, o santo padroeiro de Lisboa vai ser interpretado através da arte contemporânea por artistas nacionais e internacionais. Vicente’15, Sagrado, Corpo e Imagem surge no âmbito do projeto Travessa da Ermida e terá como convidados, por exemplo, o italiano Alessandro Lupi, e os alemães Gabriele Seifert e Rochus Aust.

Sou do Fado

A Canção Património da Humanidade não podia faltar no Lisboa na Rua. Por isso, serão cinco os concertos a decorrer no largo do Teatro Nacional de São Carlos, sextas e sábados, a partir das 21h30. Os intérpretes em palco dispensam apresentações. Falamos-lhe de Raquel Tavares, na sexta-feira, 21 de agosto, Amélia Muge (a 28) e, no dia seguinte, Kátia Guerreiro. Já a 4 de setembro é a vez da atuação de António Chainho ao qual se segue Jorge Fernando para encerrar o ciclo Sou do Fado no dia 11. 

Entrada Livre no D. Maria II

Coincidindo o Lisboa na Rua com a abertura da temporada no Teatro Nacional D. Maria II, o fim de semana de 11, 12 e 13 de setembro será de inúmeras atividades com Entrada Livre no teatro. Concertos, teatros infantis, debates, a Feira do Livro do Teatro, muitos serão os pretextos para passar por lá nestes dias.

Pelo prestígio que este festival já conquistou, o seu encerramento também teria que ser em grande. Assista no dia 20 de setembro, pelas 19 horas, na Praça do Município a um concerto único da Orquestra Gulbenkian

Como vê, com o Lisboa na Rua poderá cansar-se de ter tanta atividade na sua agenda, mas nunca queixar-se de falta de variedade. Apresentámos-lhe apenas alguns eventos que não poderá perder ao longo do mês, mas se quiser consultar o programa completo basta ir ao site do festival e perder-se pelos becos e ruelas da cidade das sete colinas.

Ana Marta Monte

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