2ª Parte - O Vouga por companhia

Chegado à EN328, entronque à esquerda e desça até à ponte sobre o Vouga, seguindo-se uma parte breve mas menos agradável do percurso, devido à convivência forçada com um trânsito por vezes intenso. Pelo caminho, o acesso (à esquerda) à zona ribeirinha de lazer da Quinta do Barco. No final da ponte corte à esquerda percorrendo alguns metros pela EN16 na direcção da farmácia. Prepare-se para um final divertido de percurso, com muito sobe-e-desce e veredas entre quintais mas onde, novamente, as marcações vão pecar por insuficiência.

Junto à farmácia suba à direita pela Calçada da Barquinha e siga sempre com muita atenção para não perder as marcações do percurso. A meio da rampa derive para a esquerda para o trilho estreito que vai andar pelo meio dos quintais, passar por baixo de latadas e varandas de casas até entrar na Rua da Barquinha. Segue-se um caminho estreito pelo meio dos campos que cruza um ribeiro por estreita ponte de pedra. Logo a seguir a esta travessia bifurque à direita, subindo até encontrar as marcações do caminho. 

Numa rua asfaltada entre moradias suba à direita, na direcção de uma antena de telecomunicações bem visível e será junto a esta que descobrirá, meias escondidas, as indicações para entrar num trilho florestal a subir. Este caminho vai convergir com uma rua e, se continuar a subir, logo encontrará a Igreja de São Martinho, ponto de início do percurso.

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A REGIÃO

O Vale do Vouga é uma região que embora seja muito bonita nem sempre é devidamente valorizada nos grandes roteiros turísticos. Aqui se encontram todos os ingredientes para uns dias de repouso: paisagem, gastronomia, tranquilidade e algum património para apreciar. A Natureza, bem conservada, convida a umas férias activas, desde uma multiplicidade de passeios a pé e de bicicleta, à canoagem no rio Vouga ou ao montanhismo na vizinha serra da Freita. Consoante se explore o Vale do Vouga para montante ou para jusante alarga-se o leque de escolhas: na direcção de Viseu a pitoresca vila de Vouzela e as milenares termas de São Pedro do Sul, as mais frequentadas de Portugal; na direcção da foz do Vouga, as paisagens tranquilas da ria de Aveiro e a cidade de Aveiro, com a sua mistura única de ruas e canais. Do ponto de vista gastronómico a diversidade não podia ser maior, misturando-se os sabores do mar (peixe, marisco, etc), com os da terra (vitela e leitão), sem esquecer a saborosa doçaria (ovos moles e pão-de-ló).

À VOLTA

Pelo concelho de Sever do Vouga há, pelo menos quatro bons passeios pedestres marcados (incluindo aquele que se desenvolve neste texto). Junto às margens do Vouga, atente na Quinta do Barco (praia fluvial, espaço de lazer e jardim) e, pela EN16, na direcção de Aveiro não deixe de apreciar a monumental ponte ferroviária do Poço de Santiago.
ECOPISTA DO VOUGA– Aproveita o traçado da antiga e saudosa Linha do Vale do Vouga, entre a povoação de Foz e os arredores de Pessegueiro do Vouga, na antiga estação de Paradela. São cerca de 6 km de bom piso, sempre à beira do Vouga, convidando à caminhada, à corrida ou ao passeio de bicicleta.
QUEDA DE ÁGUA DA CABREIA – Situada perto da aldeia de Silva Escura é uma das mais bonitas e menos conhecidas de Portugal. A cascata desce entre penedos e bosques para uma zona ajardinada, formando um oásis de frescura, mesmo no pico do Verão (saída de Sever do Vouga para Vale de Cambra, surgindo, depois as indicações à esquerda da estrada nacional). Perto, por asfalto e estradão, as ruínas das antigas minas do Braçal, a pedir uma intervenção capaz no campo da arqueologia industrial.
MUSEU FERROVIÁRIO – Fica em Macinhata do Vouga e conserva curioso espólio da linha de via estreita que aqui funcionou entre princípios do século XX e finais dos anos 70. Podem apreciar-se desde carruagens de madeira e locomotivas a vapor até automotoras de fabrico nacional, resultantes da reconversão de autocarros. A não perder (consulte os horários e condições de visita em www.cp.pt ).
CARAMULO – Facilmente acessível pela A25 esta zona serrana oferece para além de grandiosas paisagens, dois interessantes museus na povoação homónima, um dedicado ao automóvel e outro às artes plásticas.
SÃO PEDRO DO SUL – As mais antigas e frequentadas termas de Portugal, misturando soluções modernas com alguma ambiente oitocentista e vestígios medievais. Belas paisagens à beira do rio Vouga.
AVEIRO – Uma cidade onde modernidade e tradição convivem com equilíbrio, as ruas se transformam em canais e funciona uma das mais dinâmicas universidades portuguesas. À volta, as praias de mar forte que encantaram Ramalho Ortigão e as paisagens tranquilas da ria de Aveiro, paraíso natural onde ainda navegam os últimos barcos moliceiro.

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Rui Nogueira 2010-09-22

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