Reza a história que no passado, terrenos e habitações circunvizinhos lhe pagavam o foro ou foral, daí a designação de Casa do Foral. É uma típica construção da região ribatejana do final do século XIX. Propriedade da mesma família há cinco gerações, aqui a tradição e a hospitalidade permanecem intactas. O seu traço arquitectónico é rústico, destacando-se as suas amplas paredes caiadas de branco e cobertas de hera. Este Turismo de Habitação tem seis quartos duplos todos com casa de banho decorados de acordo com o estilo da região dispõem de aquecimento central e televisão por cabo, com uma envolvência fresca de piscina exterior e uma ampla sala envidraçada e jardim com árvores seculares.
Situada em Rio Maior a 70km de Lisboa, junto ao Parque Natural de Serra D´Aire e candeeiros.
Uma garrafeira de fazer inveja
Na mesa de centro da sala está uma garrafa de vinho vazia com 40 anos. Consultamos o guia de vinhos que se encontra ao seu lado e constatamos que se trata de um dos melhores vinhos do século XX. A razão pela qual se encontra ali uma garrafa de tamanha qualidade explica-se pelo facto de Carlos Madeira, o proprietário da Casa do Foral, ter uma paixão desmedida por bons vinhos. Mais do que um bebedor, define-se a si próprio como um provador de vinhos, ou seja, alguém cujo um dos maiores prazeres da vida é abrir uma boa garrafa entre amigos e apreciar as qualidades da mesma.
Porém, não se limita apenas a falar sobre o vinho, mas sim a coleccioná-lo. Na verdade, possui cerca de cinco mil garrafas de grandes vinhos, que se encontram armazenadas... numa cisterna no jardim. De noite ou de dia, espreita-se pela cobertura de ferro com uma escotilha de vidro que nos revela a visão de milhares de garrafas empilhadas até uma profundidade de oito metros. Levanta-se a tampa e com jeitinho por causa das costas, desce-se até lá abaixo, mergulhando num mundo fantástico de odores e paladares que já nem se constróem mais… Ninguém diria que há décadas atrás este mesmo espaço era usado para conservar a fruta fresca no Verão, quando ainda não havia geleiras nem electricidade. Mas, apesar de encontramos na cisterna a maioria da colecção, os vinhos de qualidade mais apurada encontram-se armazenados na garagem. De facto, não deixa de ser incrível que alguém transforme um poço numa garrafeira, porém, a história é mais longa que a inspiração trazida pela criatividade momentânea. Ainda nos idos anos 70, após uma patuscada com os amigos, Carlos Madeira decide organizar uma viagem ao Algarve. E como não havia ainda auto-estrada, determina o grupo pernoitar em Sines, numa pensão que tinha algumas milhares de garrafas para vender, fruto do espólio de um restaurante de luxo falido. Não pensando duas vezes, regressa a Sines duas semanas depois com um pequeno camião e trouxe para Rio Maior alguns milhares de exemplares, dando início a uma colecção de meter respeito.
No coração de Rio Maior
Quem caminha pelas ruas da cidade não fica indiferente às bonitas fachadas cobertas de heras. E se por acaso se detiver por breves instantes junto aos portões, consegue-se espreitar o frondoso jardim que se adivinha apetitoso, principalmente nos dias de sol, onde apetece estar ao fresco da sombra.
Empurra-se o pesado portão de ferro que desliza sem chiar e entra-se para se descobrir um pequeno mundo à parte, diametralmente diferente do cenário urbano que se esconde para lá dos muros. Árvores, mais heras agarradas à parede, da casa secular do século XIX que já está na mesma família há quatro gerações.