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Museu da Vista Alegre

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Situado junto à Fábrica da vista Alegre, este museu evoca a história da mais prestigiada fábrica portuguesa de porcelana. A colecção é composta por vidros do século XIX e porcelanas. Ilustra a evolução do fabrico de porcelana portuguesa, bem como a história da fábrica e dos seus sucessivos impulsionadores.

Dia(s) de Encerramento: Segundas
Horário de visita:
Marcação prévia: Marcação prévia de grupos para visita guiada.
Observações: Horários Museu Maio a Setembro - Diariamente, das 10h às 19h30 Outubro a Abril - Diariamente, das 10h às 19h Encerra 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa e 25 de Dezembro. Última entrada 45 m antes do encerramento Visita à Oficina de Pintura Manual (integrada no bilhete geral) Dias úteis, das 1015h às 12h30 e das 14h00 às 16h30.Horários Capela Nª Sª da Penha de FrançaMaio a Setembro - Diariamente, 10h45 / 11h45 / 15h00 / 16h00 / 17h00 / 18h30 Outubro a Abril - Diariamente, 10h45 / 11h45 / 15h00 / 16h00 / 17h00 / 18h00Aquisição do Bilhete na recepção do Museu. Entrada pela porta lateral, junto ao jardim da loja Bilhete Museu (integra ingresso no museu e capela) Adulto - 6,00€ (Adulto, dos 18 aos 64 anos) Seniores (> 65 anos) e Estudantes (portadores de cartão de estudante ou cartão jovem) - 3,00€ Bilhete Família - 16,00€ (2 adultos e até 2 dependentes < 18 anos) Entrada gratuita - crianças até aos 5 anosBilhete Capela Nª Sª da Penha de FrançaAdulto - 1,50€ (18 - 64 anos)Seniores (> 65 anos) e Estudantes (portadores de cartão de estudante ou cartão jovem) - 0,75€Família - 4,00€ (2 adultos e 2 ou mais filhos < 18 anos)Bilhete Integrado Museu Vista Alegre e Museu Marítimo*Adulto - 9,00€ (18 aos 64 anos)Seniores (> 65 anos) e Estudantes (portadores de cartão de estudante ou cartão jovem) - 4,00€ Família (2 adultos e 2 ou mais filhos < 18 anos) - 24,00€. *Válido por um período de 10 dias incluindo entrada no Museu Vista Alegre e no Museu Marítimo.
Título: História da porcelana portuguesa
Morada: Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre
Código Postal: 3830 024 ÍLHAVO
Tel: 234320628
E-mail: museu@vistaalegre.com
Site: www.vistaalegre.pt
Distrito: Aveiro
Concelho: Ílhavo
Freguesia: São Salvador

Vista Alegre


Um símbolo da indústria nacional e as histórias por trás da marca que dispensa apresentações.


Paula Oliveira Silva

Embora esta paisagem não me seja desconhecida, agora que a olho uma vez mais, não consigo deixar de a classificar como uma das mais bonitas do país. A ria separa duas povoações que o homem tratou de unir com a construção de uma ponte ou encurtando caminho graças à ajuda dos moliceiros que embora menos, ainda hoje sulcam estas águas. Não me admira mesmo nada que a fábrica mais antiga de porcelanas em Portugal se tivesse apropriado do nome desta maneira, Vista Alegre. Se ainda o é agora que faria naquela altura, em 1824, quando a fábrica começou a laborar pelas ordens de José Ferreira Pinto Basto.

Origens

Os primeiros anos foram marcados pela produção do vidro e foi a partir de 1830 que se começaram a preparar as pastas para a porcelana, motivada que estava a família pelas visitas de um dos filhos do fundador ao estrangeiro e pela contratação de pessoal especializado. Este esforço valeu um luxo, a autorização do uso das armas reais nas portadas das lojas, concedidas por D. João VI e por D. Miguel.

Há inúmeras histórias associadas à fábrica mas uma que descobri dá-me particular interesse em contá-la. Como as estradas eram inexistentes e as que havia eram de má qualidade, a dada altura a solução encontrada foi a compra de camelos que lentamente conduziam a mercadoria. As reacções não se fizeram esperar e conta-se que nem os padres conseguiam manter os fiéis dentro da igreja aquando da passagem destes animais. Pudera...

A visita à fábrica permite ficar a conhecer etapas como a moldagem e contra-moldagem, a estamparia e a minuciosa oficina de pintura manual, onde cada peça se torna única. Todas as etapas têm o seu interesse, mas esta, talvez por ser a mais artística, tem o dom de nos deixar de boca aberta. Como é que conseguem reproduzir com tanto rigor formas e cores tendo apenas como base uma amostra? É certo que a arte imita a vida mas este realismo detentor de detalhes inimagináveis, atordoa.

Vejo uma peça branca com o rebordo a preto. O guia entendido nos detalhes soluciona o quebra-cabeças, trata-se da cor do ouro quando fresco. Em fases diferentes impressionaram-me os poços com cerca de 2 metros de profundidade que funcionam como stock onde agitadores mexem constantemente na pasta líquida chamada também de lambujem e a entrada das peças para o forno, que se espreitarmos pelas laterais parece um autêntico inferno (as porcelanas têm de ser cozidas duas vezes, uma a 900 graus e a outra a cerca de 1200 graus). Apesar da sua relativa calmaria, fique a saber que a fábrica não pára. São 24 horas non stop. Impressionante.

O polimento manual e o talento de uma senhora que com pequenos pedaços de barro cria as pétalas de flores que vão terminar nalguma peça decorativa. Paciência, sabedoria e arte. É disto que também se fala aqui.

Gente e costumes

Criada a fábrica num lugar à época isolado, o fundador tinha agora outra preocupação, as infra-estruturas sociais. Casas para os trabalhadores, refeitório, creche (que ainda hoje funciona) e colégio, onde para além de ensinar os ofícios inerentes à fabricação, ministrava também a instrução primária e música. Talvez por ser pai de 15 filhos, José Ferreira Pinto Basto, sabia que mães que tenham os filhos por perto trabalham mais descansadas e consequentemente melhor.

2003-12-02
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